No dia em que a tragédia na boate Kiss completa 1 ano e 10 meses, integrantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta pregaram uma faixa na fachada do prédio onde funcionou a boate, na Rua dos Andradas. O objetivo é manifestar indignação e cobrar que o Ministério Público encaminhe uma denúncia à Justiça. A denúncia é referente aos indiciamentos feitos pela Polícia Civil no mês de julho deste ano.
_ A gente tem pressa, tem anseio. Desde o final de agosto estamos esperando esta denúncia. Aí depois disseram que ia sair em setembro e depois seria na metade do mês de novembro. Nós tínhamos decidido que os dias de homenagem não seriam mais de protesto, mas foi necessário, até mesmo para que as pessoas saibam o que está acontecendo _ explica Flávio José da Silva.
:: Exibição de filme e protesto marcam 22 meses da tragédia
O promotor Joel Dutra, que faz parte da equipe que cuida do caso, explica que ainda há trabalho a ser feito antes de encaminhar a denúncia à Justiça.
_ Na verdade não existe uma previsão correta, há algumas indagações, algumas pendências que precisam ser respondidas. É um caso complicado, que tem muita repercussão. Não há tempo integral para este caso, mas tratamos com bastante cuidado e com todo o respeito que merece. Este inquérito policial originou do evento Kiss mas não tem ligações com as mortes e tem até coisas de 2009, 2010 _ esclarece o promotor.
Ao retornar para a tenda da vigília, que fica na Praça Saldanha Marinho, os familiares fizeram o tradicional minuto de barulho, que será repetido nesta quinta-feira às 19h, na Igreja Luterana Brasileira (Ielb). Após o minuto de barulho, será rezado um culto ecumênico e em seguida os pais serão recebidos em uma confraternização, no salão da igreja.
Ainda na noite desta quinta-feira, familiares de vítimas que integram a Associação Ah Muleke! devem visitar o Muzeo Pub e conversar e orientar os jovens sobre questões de segurança. A ideia tem o apoio do Ministério Público e do Instituto Cuidar Jovem.
Na sexta-feira, a programação de homenagens e manifestação continua: de manhã, um grupo de familiares deve ir até a frente do Ministério Público. O protesto foi marcado para esta quinta-feira, mas foi adiado. Já a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria (AVTSM) organiza uma sessão para exibir o documentário Janeiro 27, às 19h30min na sala de cinema do Santa Maria Shopping e a entrada é um quilo de alimento não perecível. Uma segunda sessão será exibida no sábado, também às 19h30min. Já no domingo, às 20h, a Associação Ah Muleke! participam de uma missa na Catedral Metropolitana de Santa Maria.
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